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Notícia - Monitoramento de formigas cortadeiras em plantios florestais

Monitoramento de formigas cortadeiras em plantios florestais

Os plantios florestais no Brasil apresentam destaque importante no cenário socioeconômico e ambiental do Brasil. Uma vez que a cadeia produtiva do setor de florestas plantadas fornece matérias-primas como celulose e papel, madeira serrada, painéis de madeira e carvão vegetal, abastecendo as indústrias moveleiras, as fábricas de papel e celulose e diversas outras que usam biomassa vegetal para aquecimento de caldeiras.

Neste cenário, a proteção das florestas é fundamental para alcançar altos níveis de produtividade. Na contramão da produtividade, as formigas cortadeiras são consideradas as principais pragas das monoculturas de eucalipto e pinus. As formigas cortadeiras dos gêneros Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns) são responsáveis por danos econômicos expressivos e requerem controles anuais com demanda de produto químico, mão de obra e tecnologia de aplicação. 

Para elucidar o prejuízo causado pelas cortadeiras, Mantragolo et al. (2010) simulou artificialmente a desfolha de eucalipto e verificou que a remoção total das folhas por uma vez na fase inicial de desenvolvimento resultou em perdas de 18,9% no crescimento em diâmetro e 12,0% na altura com perdas significativas em volume total de 37,9%. No tratamento com três desfolhas, a redução em volume total chegou a 79,7%.

Visando minimizar os danos causados por formigas cortadeiras, reduzir os custos do controle e o uso de inseticidas nas áreas, empresas do setor florestal empregam a filosofia do manejo integrado de formigas cortadeiras. Dentro desse conceito o monitoramento exerce papel primordial e fundamenta-se em planos de amostragem que representem com precisão a infestação de formigas cortadeiras (densidade populacional) a partir da distribuição espacial dos ninhos nos talhões de eucalipto.

A estimativa da densidade populacional de formigas cortadeiras em florestas cultivadas pode ser feitas por diferentes técnicas de amostragem: pior foco, parcelas fixas, quadrantes, amostragem sequencial, transectos ou geoestatístico.

Os programas de monitoramento cobrem de 5 a 10% da área do talhão com erro amostral de 10 a 30% e 95% de confiabilidade (ZANETTI, 2007).  Os levantamentos são realizados anualmente em todos os talhões (unidade de manejo florestal) para florestas com idade acima de 12 meses, previamente à época de controle de formigas cortadeiras.

Durante a coleta de dados na parcela, que pode ser realizada com auxílio de GPS, o monitor marca cada ninho encontrado, determina a espécie, o tamanho do ninho em m², os danos aparentes ao redor do ninho marcado, a altura do sub-bosque entre outras informações. Esses dados serão computados e processados em softwares específicos que irão determinar a necessidade de controle, a quantidade estimada de formicida a ser utilizada, o período de avaliação dos resultados e a reentrada para novas avaliações. A necessidade de controle é fundamentada na porcentagem do plano amostral e no nível de dano econômico determinado para a região.

A administração operacional do sistema de monitoramento pode ser realizada pela própria empresa ou por empresa contratada. As informações geradas pelo monitoramento são utilizadas, pela empresa florestal, como ferramenta para gerenciar e fomentar a tomada de decisão, determinar as áreas críticas, selecionar os procedimentos de combate (manual, mecanizado), avaliar a eficiência e qualidade das operações, entre outros.

Referências

MATRANGOLO, C.A.R.; CASTRO; R.V.O.; DELLA LUCIA, T.MC.; DELLA LUCIA, R.M.; MENDES, A.F.M.; COSTA, J.M.F.N.; LEITE, H.G. Crescimento de eucalipto sob efeito de desfolhamento artificial. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 45, n. 9, p. 952-957, 2010.

ZANETTI, R. Monitoramento de formigas cortadeiras (Hymenoptera: Formicidae) em florestas cultivadas. Biológico, São Paulo, v. 69, suplemento 2, p.129-131, 2007.

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